UMA ABORDAGEM SOBRE AS COMPETENCIAS


2 UMA ABORDAGEM SOBRE COMPETÊNCIAS

A abordagem das competências no contexto organizacional não é novo, pois segundo FLEURY (2002), começou a ser debatido por psicólogos e administradores por volta dos anos 1973, onde McClellande foi possivel publicar o artigo Testing for competence rather than inteligence ou seja Testando por competências em vez de inteligência. E ainda segundo o mesmo autor olhava para as competências como caracteristicas pessoais que podem levar ao desempenho de uma performance superior.
LEVIEQUE (2007) defende que não existe uma definição  universal de compentências, não obstante, haver uma convergência no homen e seu saber.
E olhando para este pensamento de Levieque podemos concluir que cada empresa irá delinear as competências segundo o seu meio envolvente, pois cada colaborador é competente em uma determinada área, isso significa que um individuo pode ser competente em uma certa área e não ser em noutra e vice-versa.
Daí que são chamados os gestores de recursos humanos a analisar as várias funções e elaborar, para cada uma delas, uma lista específica de competências tendo em conta o sector de actividade, a estrutura da empresa, as estratégias e a própria cultura organizacional em que se inserem.
Para LEVY-LEBOYER (1998), citado por LEVIEQUE (2007) define competências como sendo repertórios de comportamentos que certas pessoas dominam melhor do que outras e que as torna mais eficazes numa determinada situação.
CAMARA (2002) competência é conjunto de qualidades de comportamentos profissionais que mobiliza conhecimentos técnicos e permite agir na solução de problemas articiculando o desempenho profissional superior alinhados com a orientação estratégica da organização.
Para FLEURY (2000) competência é saber ouvir de maneira responsável, implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. Saber agir de maneira responsável significa que o indivíduo deve entregar-se completamente para a empresa, ou seja, comprometer-se com seus objectivos.
E por sua vez CHIAVENATO (2009), competências significam características das pessoas que são necessárias para a obtenção e sustentação de uma vantagem competitiva.
Olhando para estas 4 definições podemos concluir que as competência envolvem 3 dimensões que são conhecimentos, habilidades e atitudes; e elas são dinámicas pois resultam duma experiência acumulada ao longo de anos de serviço.



Segundo ZWELL (2000), existem vários tipos de competências que podem ser incluídas como modelos as quais procuram classificar as competências a partir de características comuns; mas GREEN (2000) defende que existem duas dimensões de competências, as competências organizacionais e as competências individuais.
As competências organizacionais, que o autor chama de competências essenciais, são conjuntos únicos de conhecimentos técnicos e habilidades e possuem ferramentas que causam impacto em produtos e serviços múltiplos em organização e fornecem uma vantagem competitiva no mercado. Explicando melhor, uma competência essencial é um conjunto peculiar de know-how técnico, que é o centro do propósito organizacional. Ela está presente nas múltiplas divisões da organização e nos diferentes produtos e serviços. Essas competências fornecem uma vantagem competitiva peculiar da organização, resultando em valor percebido pelos clientes, e são difíceis de serem imitadas por outras empresas. Já as competências individuais, segundo o autor, são descrições de hábitos de trabalhos que são mensuráveis e habilidades pessoais que são utilizadas por uma pessoa para alcançar os objectivos de trabalho da organização. Por exemplo, idéias relacionadas à liderança, criatividade ou habilidades de apresentação podem ser expandidas para definições de competência individual.
E por sua vez  LEVIEQUE (2007)  apresenta 7 tipos de competências:
Básicas- aquelas que determinam a capacidade para desempenhar uma determinada função;
Críticas ou Elevada Diferenciação- aquelas que diferenciam desempenho médio de um superior (atitudes, comportamentos, qualidade e habilidade);
Técnicas - conhecimentos e descobertas de novas ideias;
Práticas- experiências, treino, aprendizagem pela realização;
Individuais- capacidade e comportamentos que são propriedade do indivíduo e que estes adoptam voluntariamente no desempenho de tarefas concretas e perante contexto de trabalho e organização;
Organizacionais: as que são desenvolividas em comum pelos individuos por pertencer a uma organização;
Novas Competências: as que estão ligadas ao negócio, à liderança, à gestão por objectivos, ao trabalho em equipe, à cooperação, à capacidade de comunicação e motivação, à gestão da diversidade e a imprevisibilidade e utilização das tecnologias de informação.
Analisando as duas difinições de competências individuais tanto de Green como também de Levieque percebemos que os dois autores enfatizam a vontade que o colaborador disperta para desempenhar uma dada tarefa, ou seja as competências associam se a visão, missão e valores que organização agrega.

 

3 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS

A gestão por competências surge como uma alternativa para que a área de Recursos Humanos seja realizada de acordo com a contribuição do indivíduo para o sucesso do negócio considerando factores como conhecimentos, habilidades e atitudes, desempenho e resultados.
Considerando as competências como recursos estratégicos, é muito importante que as organizações gerem os seus portfólios de competências individuais e para que issso aconteça  deve haver um alinhamento entre o modelo de competências requeridas e os objectivos estratégicos da organização, de modo a que uma alteração nos objectivos estratégicos da organização implique uma alteração de modelos de competências requeridas (Levieque, 2007).
O que já não acontece nas nossas organizações, sobretudo nas públicas onde os próprios colaboradores desconhecem o modelo aplicado e nem se quer sabem quais os objectivos estratégicos da organização, porisso dificilmente as organizações públicas atingem os seus objectivos estratégicos apesar de actualmente estar se a evidenciar esforços para que haja compromentimento dos colaboradores com a organização.
Mas é preciso que os gestores dos Recursos Humanos saibam que a questão do uso das competências individuais em organizações públicas, tanto em algumas privadas é uma questão de decisão e não tem muito haver com os modelos que se usam mas sim com a motivação do próprio colaborador e da a que a organização proporciona. E LEVIEQUE (2007) defende que o processo de decisão individual acerca do uso das capacidades transformando-as em competências é o que explica também o facto de em empresas multinacioanais situadas em Moçambique se obtêm regra geral, produtividade elevadissimas, quando vezes ao lado, de empresas moçambicanas, trabalhadores com as mesmas capacidades que outros têm produtividade baixas. Nisso ele levanta a seguinte questão: O que se passa então nessas empresas multinacionais?
Ele defende que ha uma atenção centrada nos contextos funcionais e organizacionais, os colaboradores estão integrados em lugares certos o que lhes aspira a motivação para usarem as suas capacidades e as tranformando em competências.
E as nossas organizações não aplicando o modelo de gestão por competências dificilmente podera identificar quais as competências requeridas para uma dada tarefa, apenas irão se baseando em curriculum escrito, dai que fica deficil fazer a gestão por competências.

3.1. Modelo das Competências

 Boyatzis (1982), propos um modelo genérico de competências de gestão em que a competência se equipara as características subjacentes de um individuo que tem uma relação casual com criterios de eficácia e/ou de realização superior num trabalho ou situação. Trata-se de uma abordagem comportamental em que o desempenho efectivo é um elemento central na copetência e define-se como ‘alcançar resultados especificos, com acçõoes especificas, num dado contesto’ (Boyatzis, 1982).



3.2 Características individuais

Características individuais, reflectem as habilidades usadas pelos indivíduos na realização dos seus trabalhos específicos. A importância das habilidades técnicas tem sido tradicionalmente documentada em extensas listas de descrições de tarefas.
McClelland (1973) e Spencer e Spencer (1993) Argumentam contra o uso dos testes de atitudes e inteligência, aconselhando  a sua substituição por testes baseados na competência, visto considerarem que as características individuais influenciam   o desempenho no trabalho.
A ligação das competências a determinadas aplicações organizacionais parece, por isso, ser mais fácil quando a organização usa constantemente a abordagem comportamental. As praticas de recursos humanos que Green (1999) apresenta como as que potencialmente poderão ser melhor sucedidas e a formação baseada em objectivos. são estas e potenciais aplicações entre outras variáveis também irão condicionar o desenvolvimento de determinados modelos de competências.

3.3 Enquadramento organizacional dos sistemas de competências

Neste contesto vai se debruçar se  como é que as competências se poderão enquadrar no  contexto organizacional de referir que a diferença entre valores e competências é muito pequena e é uma questão de grau, porque os valores devem ser visto como o guia mas que não definam de forma especifica e limitada como nós podemos e devemos comportar deve indicar as fronteiras dos comportamentos não aceitáveis e dar possibilidade dos comportamentos aceitáveis ficarem na imaginação dos colaboradores da empresa. O que pode levar a alguma desorientação quando se pretendem enquadrar as competências no ambiente organizacional.

Segundo Prahalad e Hamel (1990,1994) argumentam sobre competências nuclear como um conjunto de conhecimentos técnicas que são centradas para projectos da organização, podendo multiplicar-se por vários departamentos e servir diferentes produtos ou serviços.

Referencias:
LEVIEQUE, Agostinho, Gerir Recursos Humanos é Gerir Mudanças, Maputo,Ndjira, 2007
FLEURY, Maria Tereza. Estratégias Empresariais e Formação de Competências,Campus,São Paulo,2000.
BOOG, Gustavo. O Desafio da Competência. Best Seller. São Paulo. 2000.
BUARQUE Ferreira, A. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Nova Fronteira.
DUTRA, Joel.Gestão por Competências – Um Modelo Avançado para o Gerenciamento de Pessoas, São Paulo, Gente, 2001.
BRANDÃO e GUIMARAES Gestão de Desempenho por competências integrado a Gestão por Competências Rio de Janeiro:Ebape 2011
CARBONE, Pedro e BRANDÃO Hugo, Gestão por Competências e Gestão de Conhecimento 3º. Ed Rio de Janeiro 2009

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