DELEGAÇÃO, CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO



1           DELEGAÇÃO


“Delegação é a transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu subordinado, criando a correspondente responsabilidade pela execução da tarefa delegada”*

Hoje um dos mais poderosos instrumentos de ajuda na organização do trabalho e  gestão do tempo é a Delegação. 

Onde as tarefas serão transferidas de autoridade e responsabilidade para execução de uma tarefa que, no entender do delegante, será mais propriamente executada pelo delegado. 

No etanto o  próprio conceito de delegação merece alguns comentários:

-Delegação é essencialmente resultado de uma análise comparativa. Só se pode e deve delegar a partir de uma visão de conjunto.

-Delega-se o urgente para ficar com o importante; o programável, para reter o não programável, o rotineiro, para ficar-se com o que requer inovação e criatividade, delega-se para energizar e motivar pessoas.

-Delegar o que não é do nosso agrado pode ser perigosísssimo, especialmente se essas tarefas são importantes, inovadoras.

-A delegação da responsabilidade será sempre parcial, perante a organização o delegante será sempre o responsável final. Delega-se a "responsabilidade DE", nunca a "responsabilidade PERANTE".

Porém ainda muitas organizações e administradores  tem o desejo  manifesto de delegar normalmente não corresponde a uma efetiva ocorrência de delegação, especialmente em tempos de crise, quando a centralização decisória tende a predominar. Dentro dessa linha de raciocínio cremos que vale a pena examinar algumas das motivações positivas e/ou negativas da delegação, onde elas funcionam como elementos facilitadores ou obstáculos ao processo. 

Onde alguns factores de delegação podem causar alguns aspectos  motivacionais positivos que são: treinamento de  subordinados; motivação de subordinados; obter tempo para tarefas mais nobres; aumentar a iniciativa dos subordinados; desenvolvimento da criatividade; e os negativos  que são: não gostar de tarefa; transferir tarefas com resultados que demoram a acontecer; delegar função de apreço pessoal pelo subordinado, não levando também em conta a competência; delegar por não conseguir executar a tarefa em tempo hábil. 

Portanto é importante lembrar que a tese por trás da delegação é a de transferir tarefas mais programáveis, picotadas, repetitivas, rotineiras, para liberar o Executivo / Gestor para actividades criativas, não-programáveis, que demandem maior concentração de tempo e profundidade de análise.

Outra questão envolvida com o acto de delegar e que vem causando grandes problemas é delegação de responsabilidade desacompanhada de autoridade.

Tudo pode ser feito pelo delegado, mas nada é decidido por ele. Quando isto ocorre, é comum aparecerem problemas como expectativas não realistas de parte a parte, interrupções frequentes, conflitos interpessoais, e, consequentemente, maior perda de tempo.

Portanto devemos saber o porque devemos delegar, e as razões para delegação não se relacionam apenas com o tema produtividade ou organização do trabalho e gestão do tempo, mas também com motivação, treinamento, enriquecimento de funções etc. 

Desde então delega-se para:
-Desenvolver aptidões específicas dos subordinados
-Treinar subordinados
-Motivar subordinados
-Aumentar o grau de iniciativa dos subordinados
-Aumentar a criatividade, inovação a partir das contribuições dos subordinados
-Ter tempo para execução de actividades mais importantes

Existe também os pontos que afectam a rotina de trabalho e até mesmo o bom andamento da organização que é o facto de não delegar que podem ser causados pela chefia, e pelos subordinados, sendo eles:


 PONTOS CAUSADOS PELA CHEFIA:

· Falta de visão sistêmica do trabalho. Delegar é comparar o mais importante com o menos importante, para tanto é necessário que se tenha diante de sí um registo das actividades desenvolvidas durante o dia e/ou semana.

· Medo de perder poder. O superior é avaliado pela quantidade/qualidade de trabalho de seus subordinados, pela sua capacidade de coordenação e não pela sua habilidade na execução directa de determinadas tarefas. É sempre bom lembrar que gestores imprescindíveis não são promovidos.

· Medo de errar. Seja na escolha de pessoas ou na selecção de tarefas a serem atribuídas a uma determinada pessoa. 
Admita a possibilidade de que o colaborador também errou no passado e que outras pessoas podem executar aquela tarefa até mais eficientemente que ele mesmo. Admita, por último, que o erro é inerente ao processo de aprendizagem.

  PONTOS CAUSADOS PELOS SUBORDINADOS

·  Não pedir delegação, não tomar iniciativa de alocar a execução de tarefas novas.
· Delegar para cima, devolvendo à chefia a decisão, evitando assumir o risco da decisão.
· Incapacidade (técnica, psicológica etc), não ter habilitação, competência para execução da tarefa solicitada, preferir a segurança da rotina à ambiguidade e ou incerteza gerada pela execução de novas tarefas.

Normalmente essa insuficiência no processo de delegação está relacionada em excesso de zelo por parte dos chefes que não deixam seus subordinados exercerem sua autoridade.
           
 REGRAS BÁSICAS PARA A DELEGAÇÃO MAIS EFECTIVA

Entretanto, existem determinadas regras práticas para tornar a delegação mais efectiva e adequada, que o analista de sistemas , organização e métodos deve procurar aplicar na empresa que são:
-Seleccionar o subordinado adequado;
-Proporcionar um nível de autoridade compatível com as actividades exercidas pelo subordinado;
-Fazer com que os subordinados saibam que você verificará periodicamente o andamento das tarefas; defina os tipos de relatório que deseja, sua periodicidade etc;
-Explicar com precisão e clareza as actividades e os resultados esperados;
-Recompensar, de alguma forma, um bom resultado apresentado pelo subordinado;
-Mostrar interesse em ajudar os subordinados a solucionar problemas importantes para eles (embora, às vezes, corriqueiros para você como chefe). Esteja acessível para responder perguntas;
-Conceda margem de erros. Não repreenda ninguém por reportar um erro. Use o erro como oportunidade para treinamento.
-Determinar prazos realistas, que poderiam ser cumpridos por si mesmo se fosse executar a tarefa;
-Partilhar os seus pensamentos e as suas expectativas com os subordinados a fim de que tenham uma base inicial para a tomada de decisões;
-Definir até onde vai a autonomia de acção / decisão de cada subordinado para cada tarefa.;
-Não estruturar demasiadamente a tarefa a ser desenvolvida pelos subordinados; deixar a margem para que eles escolham os próprios caminhos;

A atribuição de tarefas aos indivíduos, deve-se tomar medidas para a comunidade do desempenho das tarefas assim delegadas. 

Onde no processo de delegação, deve ser considerada a capacidade real e percebida do chefe, assim como de seus subordinados; o factor dominante da decisão da delegação, porém, deve ser a determinação da maneira como se pode melhor conseguir o desempenho total da empresa. 

Sendo necessário ser feito uma revisão e crítica contínuas dos deveres e tarefas atribuídas não apenas ao subordinado, mas também a si próprio, bem como saber o que exactamente delegar aos subordinados; para tanto, deve-se, entre outros aspectos:
-Testar as próprias tarefas e objetivos que se quer alcançar;
-Comparar as tarefas com os objectivos;
-Separar as que mais contribuem para os objectivos (destacando pra si próprio);
As demais transfere-se para os subordinados; e concentrar os esforços nas próprias tarefas.

Portanto com todas essas considerações é necessário que o chefe encontre tempo para planear, orientar seu pessoal e o que é mais importante, não diga o indesejável: “Agora não posso, estou ocupado!”.

 PRINCIPAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA DELEGAÇÃO

  Vantagens:

- Rentabilização do tempo do gestor
- Maior rapidez nas acções e na tomada de decisões
- Permite o treino e desenvolvimento pessoal
- Aumenta o nível de motivação
- Conduz a melhores decisões e maior qualidade do trabalho
- Permite desempenhar tarefas mais complexas

  Desvantagens:

- Probabilidade de perda de controlo
- Pode ser desastrosa se a pessoa ou equipa a quem se delega não tiver capacidades suficientes

Bibliografia:
· Oliveira, Djalma de Pinto Rebouças de . Sistemas, organização e métodos: uma abordagem gerencial. 12 edição. São Paulo: Atlas, 2001. Capítulo 7
· CURY, Antonio. Organização & métodos: uma visão holística. São Paulo: Atlas, 7a ed, 2000, 589p.
· MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 5a ed, 2000, 546p. 
*fonte: www.wikpedia.com
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