DADOS
BIBLIOGRÁFICOS
Autor:
SÁ,
António Lopes De
Título
Ética profissional
Editora:
Atlas
Lugar
e data de edição: São Paulo, 2007
DADOS
SOBRE A OBRA
1.
Género: Enciclopédia;
2.
Temas principais: Parte I - Elementos da Ética
Parte
II - Ética Profissional
INTRODUÇÃO
Este
trabalho visa resumir todos os tópicos que constam na Parte 1 e Parte 2 do livro “Ética Profissional- 7ª
Edição”, do autor Antônio Lopes de Sá.
PARTE
I - ELEMENTOS DE ÉTICA
INTRODUÇÃO
GERAL E PRIMEIRA CONCEPÇÃO DE ÉTICA
Na primeira parte deste livro, o autor traz consigo
várias abordagens sobre a ética, mostrando como é que os pensadores modernos
olhavam para este assunto, ou seja qual era o posicionamento que eles tomaram
perante a ética.
Traz ainda a concepção dos grandes pensadores, onde
destacam se Thomas Hobbes, René Descartes, Baruch Espinosa, John locke,
Gottfried Leibniz, David Hume, Immanuel Kant e Jeremy Bentham cada um com seu
posicionamento mas alguns inspirados nos outros desta mesma época.
A primeira concepção da ética dá etender que é uma
ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes ou seja so se fala
da ética onde existe o Homen.
O que é considerado ético por alguns pode não ser
considerado ético por outros, todavia não se pode padronizar os seus objectivos
como ciência.
Os pensadores clássicos olham a ética sob dois
aspectos, onde primeiro analisam-na como ciência que estuda a conduta dos seres
humanos onde deve se analisar os meios pelos quais devem ser emnpregados para
que a referida conduta se reverta sempre em favor do Homen.
O segundo aspecto como ciência que busca os modelos
da conduta conveniente, objectiva dos seres humanos ou seja, olha se mais para
a objectividade do próprio Homen.
Analisando os dois aspectos, pode se dizer que
ambosenfatizam o bem estar, as boas relações entre os Homens onde temos a
destacar a conduta respectosa que evita prejudicar a terceiros bem como ao
próprio ser.
Mas ha contestação ao se estudar o bem com tanta
precisão ou quando se dá muita objectividade pois o próprio bem não pode ser
visto como um modelo com uma finalidade ideal.
Um objecto pode ter várias formas de ser observado
ou seja o que é um bem pode não ser de concordância por todos.
Ha quem defende que um bem pode ser visto como algo
concreto, e outros ainda defendem que pode ser analisado como meta a ser
atingido ou vontade da sua prática.
ESTUDO
DA ÉTICA PELOS PENSADORES MODERNOS
Os filósofos desta era inspiram-se nos
acontecimentos remotos embora tenham envoluido as suas ideias baseando-se nos
acontecimentos contemporâneos.
Para alguns pensadores modernos viam o bem como algo
natural que tinha mais a ver com a alma, e para outros encararam como
auto-afirmação do ser.
Para Bergson a ética podia ser vista sob duas
asferas que são: como conceitos de suas razões. Ele classificava a moral
fechada como derivado do instinto, na preservação das sociedades em que ae
agrupam os seres.
Os seus estudos éticos deste filósofo
caracterizam-se pois por análises restritas ou fechadas e amplas ou abertas,
mas, denuncia um forte sentimento de respeito a conciência ética como regente
da actividade ética e uma forte ligação entre os fenómenos da matéria e do
espirito.
Neste pensadores modernos temos a destacar o
Scheler, Hartmann e Wagner que desenvolveram estudos de rara expressão sobre o
conceito de valor e que, segundo abcagnano veio substituir a noção de bem que
era a predominante nos domínios da ética.
Enquanto o Wagner enfocava-se mais a conquista de
energia, o preço da vida,a obediência, a simplicidade, a guarda interior, a
educação heróica, os começos dificies, o esforço e o trabalho, a fidelidade, a
jovialidade, a honra viril, o medo, o combate, o espírito de defesa, a bondade
reparadora, formas comportamentais que consideram relevantes e o faz de maneira
a ressaltar em tudo, o valor como o que se deve eleger para a qualidade de
vida; Scheler e Hartmann olharam mais no combate a uma ética material do bem ou
seja, para ele a ética não se baseias nem na noção de bem, nem em aspirações
desejadas, mas na intuição emotiva dos valores observados em suas diversas
hierarquias.
ÉTICA
COMO DOUTRINA DA CONDUTA HUMANA
Como móvel de conduta humana, a Ética tem uma
concepção de objecto da vontade ou das regras que a direcionam. O bem, nesse
caso, não se enfoca como algo básico de realidade ou perfeição, mas, sim, como o que passa a ser matéria
nos domínios do volitivo.
A vontade ética torna-se nessa acepção a ser um dos
assuntos de grande importância, como núcleo de estudos.
O conceito conduta diz respeito a resposta a um estimulo
mental ou seja, é uma acção que se segue ao comando do cerebro e que,
manifestando-se variável, também pode ser observado e avaliado.
Assim pode se dizer que quando o corpo humano recebe
um estímulo a sua reacção depende das circunstâncias e condições. O que
significa que o comportamento é uma resposta a um estímulo cerebral, mas é
constante enquanto que a conduta depende da vulnerabilidade de efeitos.
Analisando a ética como doutrina da conduta
Protágoras enfatizou o comportamento virtuoso perante os terceiros; o Xenofonte
indicou os caminhos da acção do Homen para que fossem observados de forma
adequada perante cada um dos aspectos de sua presença ou seja perante a
sociedade e ainda defendeu a ideia de que aquele que não sabe administrar sua
casa não sabe, também, administrar o Estado ou seja um boa administração começa
em casa.
Ainda nesta época temos a destacar o Paracelso,
apesar de não ter tido notoriedade no campo da Ética, mas destacou se na
medicina e defendeu que a Medicina só estaria completa quando associasse o
estudo do corpo aquele do espírito.
Ja na ética científica temos os grandes pensadores
como o caso de Thomas Hobbes que concluiu nos seus estudos sobre o
comportamento em grupo que a competição, desconfiança e a glória são as causas
fundamentais da descordia.
René Descartes no seu livro as paixões da alma,
compilado como se fosse uma lei pois contem artigos; e cada um deles defende o
comportamento derivado da alma ou seja proclamou a inteligência emocional como
o caminho para um procedimeto ético competente.
Baruch Espinosa que pode se dizer que seguiu a linha
de Hobbes defende que desejar o bem para si mesmo é uma questão relevante, mas
que conhecer a natureza divina é algo que a tudo se sobrepõe.
Espinosa fez os seus estudos centrados mais para a
religião, para ele Deus esta acima de qualguer um na natureza.
Ao afirmar que pertence a natureza da razão
considerar as coisas não como contigentes, msa como necessários, tenta nos
fazer perceber que as coisas da natureza são indespensaveis; todo Homen precisa
de ter coisas que possam fazer parte do seu ambiente.
Jonh Locke com enfoque na alegria, afirma que tudo é
adquirido, condicionado, pois, a estrutura mental a um processo de conquista de
verdade por processo educacional e cultural, obrigatório, por iniciativa do ser
ou de terceiros.
Para ele ideia é o objecto do pensamento e todas as
idéias derivam da sensação ou reflexão sendo o objecto da sensação uma fonte
das ideias.
Gottfried Wilhelm Leibniz nos seus estudos sobre o
entendimento humano diz que existem verdades inatas pois defende a ideias de se
ter um comportamento desejavel por todos ou seja fazer o bem para outrem. Nao
fugindo muito da ideia de Espinosa de que Deus está acima de tudo, Leibniz admite que cada ser age como se fosse um
universo à parte, por suas próprias ideias, mas em busca sempre de uma
composição entre os outros seres existentes, ou seja o Homen deve ter um comportamento ou conduta aceitavel na
natureza.
David Hume destacou se nessa era por ser um questionador das causas
promotoras das virtudes, dos vícios, da verdade, da falsidade, da beleza e da
fealdade e como um precursor de conceitos sobre os móveis da conduta humana.
Ele defendia mais a ciência pelo conhecimeto das causas e não dos agentes que
possam promover a causa ou seja para ele o que tinha significado era o
conhecimento, a busca de conhecimeto para entender o fim.
Para Hume a conduta nem sempre está ligada á
virtude, atendendo e considerando o que hoje em dia se pode assistir quase que
em todo mundo.
Immanuel Kant com influências de Leibniz e mais
tarde deixa se influenciar por Rousseau, na sua crítica a razão pura demonstra
que coisa alguma do que conhecemos pode transcender a experiência, mas, desta
preliminarmente, é extraido.
A moral é guiado pela razão daí que não se pode
falar da razão sem se sustentar Deus, liberdade e imortalidade. E numa situação
em que a razão se desvia ou seja não se aplica moral deixa de ter sentido e se
sujeita a produzir sofismas.
Kant considera ética onde ha razão ou seja o homen
deve agir sob impulso de um sentimento de dever, daquela dimanado.
Jeremy Bentham destaca se nesta época pela visão e capacidade
de influenciar os outros. Ele apresentou um método para medir uma soma de
prazer ou de dor, encontrando o valor apartir das seguintes circunstâncias: intensidade,
duração, certeza ou incerteza e proximidade ou longinquidade.
Podemos considerar ainda nesta época Berdyayev,
Buber, Marcel e Jasper, Sartre, Dewey, Hook, Adler, Carrel e Chardin.
GÊNESE,
FORMAÇÃO E EVOLUÇÃO ÉTICA
Aqui neste capítulo dá se enfase ao estudo da mente.
Como a mente influencia o nosso comportamento desde quando nascemos até a fase
de constituirmos uma família.
Daí que os estudos científicos da mente chegaram a
conclusões comuns no que tange à influência dos conhecimentos adquiridos nas
primeiras idades, em relação às estruturas dos pensamentos, logo, das acções.
As conclusões a que se chegam são de haver sempre
uma ligação com o passado ou seja uma parte do comportamento tem influências no
passado.
Quando criança, o indivíduo tem mais capacidade de
assimilar certos comportamentos, sobretudo no que tange à formação moral. Na
medida em que a criança convive com seus semelhantes, deles tende a observar,
por imitação, o que lhe apraz e por recalque o que lhe desagrada ou causa mau
estar.
Mas ha que se destacar a família por desempenhar um
papel muito importante; pois de ponto de vista moral, quando a formação do lar
é boa, a educação tende a ser mais proveitosa na família que na escola.
Essa educação pode sofrer influências do meio
ambiente. Atendendo e considerando que o meio ambiente é adverso, especialmente
se a educação é ministrada com deficiências ou se enseja espaços para
incompreensões.
Para que não haja essa influência ou para que não se
elastique é preciso que se elimine os pequenos erros enquanto criança sobretudo
os que podem atingir a estrutura moral. A boa educação se realiza pelo estímulo
e não pelo castigo.
A educação de origem é importantíssima e deve ser
tão ampla quanto possível, ministrada através de exemplos, de sugestões
motivadoras, de cobranças suaves, de vigilância permanente sobre o aprendizado.
CONSCIÊNCIA
ÉTICA
Neste capítulo aborda se a questão da essência da
ética. Pois a expressão não tem o mesmo significado comum, nem religioso, de
ponto de vista filosófica.
O conceito da ética não pode ser padronizado pois
depende do momento e do lugar onde é abordado.
A consciência ética, portanto, é esse estado
decorrente de mente e espiríto, através do qual não só aceitamos modelos para a
conduta, como efectivamos julgamentos próprios.
Para a filosofia, consciência resulta da relação íntima do homem consigo
mesmo, é fruto da conexão entre as capacidades do eu e aquelas das energias
espirituais, responsáveis pela nossa vida. Portanto, consciência ética é um
estado decorrente de mente e espírito, através do qual não só aceitamos modelos
para a conduta, como efectivamos julgamentos próprios; condicionamo-nos,
mentalmente para a realização dos factos inspirados na conduta sadia. A
consciência se forma através das parcelas de ensinamento, informações,
influências ambientais, observações e percepções, são através desse
conhecimento adquirido que criamos nossos parâmetro.
Espírito é a energia que nos rege, que actua sobre a
nossa massa orgânica, não necessita de influência externa e independe de nossa
vontade, está programada para manter o nosso organismo em plena actividade. Como
exemplo, podemos citar: Ter fome, sentir sede, cicatrizar uma ferida, etc.
Nosso ego confunde-se com nossa consciência, embora sejam coisas distintas quando
nos propomos a estudá-las.
A consciência se instala e age na relação entre o
espírito e a sensibilidade amente, neste âmbito nada ocorre automaticamente, tudo é feito através de
autoprogramações, através de nossas propriedades materiais vai condicionar-se
autilização de nossos recursos intelectuais para que se atinja o objectivo
proposto.
VIRTUDE
COMO SUBSTÂNCIA ÉTICA
CONCEITO
GENÉRICO E ESSENCIAL DE VIRTUDE ÉTICA
Neste capítulo aborda se a questão de virtude como
substância etica ou seja a expressão isolada de Aristóteles “aos hábitos dignos
de louvor chamamos virtudes” deve ser analisada com relatividade.
Nessa expressão quis o genial pensador, ressaltar o
efeito como causa determinante e não a virtude em si, ou seja, o que ela de
facto representa.
Sabemos também, que virtuosos não são dignos de
louvor em meios onde o vício prevalece, o que não invalida o teor da virtude.
Essa observação torna-se evidente, quando imaginamos
que louvor pode ser efeito de uma forma
particular de ver as coisas, relativa a um grupo de pessoas, ou também, uma
óptica particular de conduta grupal..
A virtude não é apenas o que se pode louvar, pois,
isto dependeria de parametrias variáveis e incertas; para um grupo de
assassinos pode ser louvável o atirador impiedoso e veloz, mas, para homens de
conduta humana correcta, tal comportamento seria reprovável.
A conduta virtuosa, é algo essencial e estriba-se na
qualidade do ser em viver a vida de acordo com a natureza da alma, ou seja, na
prática do amor, em seu sentido pleno de não produzir malefícios a si e nem a
sua semelhante.
É o próprio Aristóteles que em digressões mais
profundas evidencia que a virtude provém de algo intuitivo, na direcção do que
de íntimo possuímos.
Virtuoso não é apenas o que se comporta
louvavelmente, mas o que também recebendo louvores os tem provenientes de
qualidades transcendentais, fundadas no respeito a si e a seus semelhantes.
EFEITOS
E RESPONSABILIDADES NA PRÁTICA DA VIRTUDE
Escreveu o filosofo Vauvenargues que “A utilidade da
virtude é tão manifesta que os maus a praticam por interesse” (Lucas
Vauvenargues Lucas moralista Francês autor de reflexões e máximas 1715-1747).
Sem dúvida, a conduta virtuosa tende a consagrar os
profissionais, especialmente, pois, a confiança de utentes, em seus trabalhos,
directamente se liga a tal condição.
Isto traz inequívocos benefícios de ordem material e
social.
Esta a razão pela qual, mesmo sem pendores para tal,
alguns praticam a acção virtuosa para que não caiam no descrédito; ou ainda,
buscam vantagens em ser virtuosos, não porque lhes dite a consciência, mas
porque lhes obriga a consciência.
Parece justificável a máxima do Marquês de
Vauvenargues:”nem todo aquele que parece virtuoso ama, de facto, a virtude”.
Isto coincide, também, com a afirmação de Diderot: “Louva-se a virtude; mas odeiam-na,
mas fogem dela e ela gela de frio nesse
mundo onde se precisa ter os pés quentes…a virtude se faz respeitar e o respeito é incômodo; a
virtude se faz admirar, e a admiração não é
aceitável.” (Diderot 1713-1784 um dos mais influentes pensadores da
época).
Ao longo dos anos, e mesmo nos escritores modernos,
continua-se a mostrar essa grande luta
entre a virtude e os vícios.
Entende-se como Espinosa, que o mal existe para
valorizar o bem e que muito difícil é eliminá-lo completamente, pelo menos
enquanto a humanidade raciocinar nos termos que adota, em que a matéria tem prevalecido.
Sendo a virtude algo atado ao espírito, e, sendo o
espírito relegado, é natural que ocorra a decorrência inevitável de perda de
força daquela.
Por ser ás vezes rara, em determinadas sociedades, como os metais raros, tende a
ganhar qualidade.
No campo profissional os benefícios que traz são
inequívocos.
As compensações pela virtude, entretanto, são
basicamente, morais e nem sempre materiais.
Pode ocorrer, como de facto ocorre, não haver
benefício material, pela prática da virtude, mas existirá, todas as vezes e em
quaisquer casos, o benefício de ordem íntima, espiritual, mental, de
consciência, e esta será a grande remuneração.
Esse benefício nem sempre se traduz em expressões,
em coisas, pois existem vibrações internas, em cada ser, competentes para
evidenciar a existência de algo mais que nos liga a um prodigioso complexo em
que o amor parece ser exigível em todas as acções.
Quando, todavia, se analisa a obra de tantos
pensadores, percebe-se tantas experiências de vida não se chega a duvidar
dessas ligações transcendentais, dada a generalidade de manifestações, isto
é objectivo.
As religiões têm conjugado tais manifestações com
alguma propriedade e seus códigos, na maioria das mais importantes, são códigos
morais.
A compensação pela virtude não é uma promessa
todavia; aquele que pratica por amor, satisfaz a si mesmo.
Que mais
poderia ocorrer de benefício, senão aquele que fazemos a nós mesmos,
distribuindo também e igualmente seus efeitos com nossos semelhantes?
DEVER
PERANTE A ÉTICA
A consciência ética impõe um sentimento de
cumprimento da mesma. Ou seja a consciência ética nos leva a caminhar sempre na
direcção do que nos parece “normal” ou coerente.
Como citam alguns estudiosos temos a tendência de cumprir
o que nos é harmônico e satisfazer uma necessidade de boa convivência com o
próximo e com nós mesmos.
Há então o que chamamos de “lógica natural do dever”
quando nosso cérebro nos estimula a cumprir nossos modelos mentais e
educacionais, os que recebemos ou adquirimos pela convivência social.
A ciência hoje também nos atribui algumas lembranças
adquiridas pela genética de forma biológica ou por estados espirituais. Alguns
pesquisadores que estudam cientificamente o espírito acreditam que, podemos herdar
lembranças ou memórias através da reencarnação. Isso explicaria alguns
comportamentos que influem em nosso modo de agir.
Há também a defesa que, de tempos em tempos temos o
surgimento de pessoas com intelectos superiores, que estando em contato com seu
meio próprio são capazes de se destacar em seu campo de actuação, justificando
assim que estes comportamentos em boa parte são advindos de vidas passadas que
a eles são transmitidas pela herança do espírito. E verdadeiramente, mesmo com
a aplicação de testes, como o electro encefalograma e de estímulos realizados a
partir dos três anos, para se medir a “inteligência emocional” ou como defendia
Binet o “QI”, pouco ou nada podemos dizer que temos de concreto ou definitivo
sobre o assunto neural ou cerebral.
De concreto temos a evidente cobrança dentro do
indivíduo de sempre agir em direcção do que é “correcto’, “normal” e usual
dentro das situações expostas na convivência social. Kant denominou este
comportamento como “boa vontade”, e é verdade que quando contrariamos o agir
“correcto” surgem cobranças do nosso próprio cérebro, e essas cobranças também
chamadas de “peso de consciência” geralmente nos surgem como sinais eléctricos
e neurais. A excepção a regra são os indivíduos com má formação psicológica,
quando lhes falta a
“consciência” dos actos.
VONTADE
ÉTICA
Neste capítulo aborda se a questão da vontade
reflexa que se caracteriza por atitude aparentemente impensada, automática,
como imposição de uma energia que se situa em nossa mente e que nos compele a
praticar a virtude sem maiores raciocínios.
A tendência ética tem sua explicação nos efeitos de
uma sensação de inclinação para a prática virtuosa. Apesar de não se ter ainda
uma lógica sobre as suas tendências, ha quem defende que provém de efeitos
atávicos; outros preferem atribui-la aos genes; outros preferem atribuí-la a
captações inconscientes diversas; em suma, as causas permanecem no campo da
polêmica e dos diversos critérios de estudiosos. Mas facto inequívoco é que o
pendor, a vocação para a ética, é inato em determinados seres, e isso tem-se
comprovado pela experiência. Existem tendências inatas e outras derivadas de
hábito e observação que venham a ligar as virtudes naturais com as exigíveis
para o desempenho das tarefas.
O desejo de andar correctamente, de praticar o bem,
inerente à formação natural de alguns seres, é inegável; quando, na profissão,
recebem a educação ética específica, tornam-se verdadeiros titãs da ética.
Já no instinto ético, não é fácil perceber os
limites quando não se concentra na diferença que existe entre agir por impulso,
agir por reconhecer e agir porque existe um objecto de intenção natural para
qual se é impelido biologicamente.
Vidari afirma que o instinto não é por si mesmo um
facto que implique consciência moral, mas pode adquirir valor e significado
morais, se através dele e do fim que alcança se adquire a consciência reflexa e
disto se possa fazer juízo avaliável e instrumento de vontade.
O instinto busca a utilidade porque é uma forma de
acção que visa ao indíviduo, mas, no sentido ético, deve ser tomado com a
relatividade que liga o ser a seu conjunto. E para a actividade ideomotriz é a
que provém do condicionamento mental ao acto ético, ou seja, ao agir não só
porque a vontade consciente o determinou, mas também porque o cérebro o impõe,
por uma forte disposição inconsciente, ou ainda porque o fim está plenamente
consolidado mo ser, como determinante.
A competividade no campo do trabalho exige que racionalmente
seja o profissional um leal executor de normas éticas, pois, as transgredindo,
marginaliza-se em seu mercado.
CONDUTA DO SER HUMANO EM COMUNIDADE E EM SUA CLASSE
Por
mais que se tenham corrompido os costumes, por mais que se tenham deixado sem
punição os que furtaram em suas funções públicas, em tempo nenhum essas coisas
conseguirão destruir a verdade contida na virtude.
O
sucesso, tal como admitimos para um homem integral, jamais poderá ser alcançado
sem a prática da ética.
Embora
deixemos de concordar com alguns itens dos princípios de Carrel, admitimos que
o sucesso repousa na associação do amor com a sabedoria, somado tudo à acção e
a uma constante reflexão sobre tudo o que se faz.
Em
tudo parece haver uma tendência para a organização e os seres humanos não fogem
a essa regra e vocação. Todo agregado, todo sistema, entretanto, depende de uma
disciplina comportamental e de conduta.
Onde
cada ser, assim como a somatória deles em classe profissional, tem seu
comportamento específico, guiado pela característica do trabalho executado.
O
valor ético do esforço humano é variável em função do seu alcance, em face da
comunidade. Se o trabalho executado é só para auferir renda, tem em geral seu
valor restrito. Os serviços realizados, visando o benefício de terceiros com
consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do mesmo. Aquele
que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter menor consciência de
grupo e a ele pouco importa o que ocorre com a sua comunidade e muito menos com
a sociedade. O número dos que trabalham visando primordialmente o rendimento é
muito grande, fazendo assim com que as classes procurem defender-se contra a
dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho e zelando para que uma luta
encarniçada não ocorra na disputa dos serviços, pois ficam vulneráveis ao
individualismo.
Como
escreveu Vidar: “ a formação das classes sociais é um facto de grande
importância Ética que se completa no momento exacto em que o homem sai de sua
homogeneidade instável de origem primitiva e forma agrupamentos mais
determinados e estáveis”. Tal assertiva ele a fez para depois argumentar que
tais agrupamentos aumentaram suas necessidades na vida, em decorrência da
agregação..
A
vocação para colectivo já não se encontra, nos dias actuais, com a mesma
eficácia nos grandes centros como ainda é encontrado em núcleos menores e
poucas cidades de maior dimensão possuem o espírito comunitário, enfrentando
com grandes dificuldades as questões classistas.
E
olhando para o subtema que se refere a classes socias pode se dizer que uma
classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho executado,
pela natureza do conhecimento exigido para tal execução e pela identidade
habilitação para, o exercício da mesma. A classe profissional é um grupo dentro
da sociedade, especifico, definido por sua especialidade de desempenho de
tarefas. A questão, pois, dos agrupamentos específicos, sem dúvida, defluiu de
uma natureza especialização, motivada por selecção natural ou habilidade própria,
e hoje constitui-se em inequívoca força dentro das sociedades.
O
sucesso, tal como admitimos para um homem
integral, jamais poderá ser
alcançado sem a prática da ética. Embora deixamos de concordar com
alguns itens dos princípios de Carrel,
admitimos que o sucesso repousa
na associação do amor com a
sabedoria, somado tudo à acção e a uma constante reflexão sobre tudo o que se faz .
É pelo exercício do espírito que o homem
alcança seus maiores objectivos, ou seja
pela crença firme em sí mesmo, pela determinação obstinada em seus
propósitos honestos, pelo desejo de dar
a seu semelhante as mesmas oportunidade e respeito que recebe.
Se
amamos o que fazemos, o fruto de nosso trabalho será de boa qualidade e trará proveito. Se nos valorizamos pela sabedoria, é possível,
profissionalmente, cada vez mais,
auferimos melhores rendimentos. Se agimos sem tréguas, eticamente, conseguimos realizar e
materializar os ideais. Nessa acção
está compreendida a qualidade do trabalho que busca
a possível perfeição e o respeito às necessidades dos utentes dos
serviços que prestamos.
Finalmente, se refletimos, estamos sempre em
conexão com as forças transcendentais que parecem vir a nós pela ligação que estabelecemos pelo
pensamento reflexivo ( a oração tem sido um caminho, quando ela é uma forma livre de lançar ao espaço nossos
juízos).
Parte II
ÉTICA PROFISSIONAL
PROFISSÃO E EFEITOS DE SUA
CONDUTA
A
segunda parte deste livro tras consigo a definição da ética profissional mas
antes aborda a questão da profifissão, e diz que a expressão profissão provém
do Latim professione, do substantivo professio, que teve diversas acepções
naquele idioma, mas foi empregado por
Cícero como “ acção de fazer profissão de” ( Cícero, Marco Túlio. De
oratore. 1, 21. Bolonha:Zanichelli,1992.). O conceito de profissão, na actualidade,
aquele que se aceita, representa:” trabalho que se pratica com habitualidade
a serviço de terceiros”, ou seja, “ prática constante de um ofício. A profissão tem, pois, além de sua utilidade
para o indivíduo, uma rara expressão social e moral.
Basta
lembrar os pontos que Cuvillier, com rara felicidade e oportunidade, destaca:
-
É pela profissão que o individuo se destaca
e se realiza plenamente, provando
sua capacidade , habilidade, sabedoria e
inteligência, comprovando sua personalidade para vencer obstáculos.
-
Através do exercício profissional, consegue o homem elevar seu nível moral.
-
É na profissão que o homem pode ser útil
a sua comunidade e nela se eleva e
destaca, na prática dessa solidareidade orgânica.( Cuvillier, Manuel de
philosophie. 9 ed. Paris: Armand Colin, 1947. P.358-359.).
De
facto, se acompanharmos a vida de um profissional, desde a sua formação escolar
até seu êxito final, vamos observar o quanto ele produz e recebe de utilidade.
Dando
exemplo da profissão em contabilidade, sendo
uma das profissões mais antigas do homem, evoluiu com a
sociedade e hoje se situa entre as mais
requeridas ( não há, praticamente, crise
em seu mercado de trabalho) e as mais difundidas, pois toda empresa
e toda instituição precisam, obrigatóriamente, de tais serviços.
A
profissão contábil consiste em um
trabalho exercido habitualmente nas células sociais, com o objectivo
de prestar informações e orientações baseadas na explicação dos
fenómenos patrimoniai, ensejando o
cumprimento de deveres sociais, legais, ecõnomicos, tão como
a tomada de decisões administrativas, além de servir de
instrumentação histórica da vida
da riqueza.
Os
deveres profissionais que ela impõe, por
conseguinte, são os da utilidade, em
relação à explicação
dos fenómenos da natureza que as células sociais utilizam para suprirem suas
necessidades de existência, tão como de
informes (função técnica, de nível médio, da contabilidade) e opiniões
sobre tudo o que se relaciona ao
património das pessoas naturais ou jurídicas.
O
trabalho é um dever social ( Aristóteles A politica cap.2
paragráfo 2), mas, além de tudo,
algo que realiza
quem o faz, se, realmente , no
exercício de suas tarefas, emprega
o amor como guia de suas acções.
A profissão permite que o individuo exerça sua função de solidariedade para com
seus semelhantes, recebendo, em
troco, não só dignidades,
mas compensações que permitem,
inclusive, o enriquecimento
material. Ao
exercer sua profissão, o
contabilista pratica uma função nitidamente
social como um autêntico médico de empresas e instituições, e ao
mantê-las sadias cuida, também, da riqueza social ( que é uma concepção
abstracta, decorrente da somatória dos patrimónios celulares ).
O
trabalho nessa área não serve
apenas ao profissional e a sua
família, mas, quando de qualidade, tem
condições de dignificar sua classe e cumprir a finalidade abrangente das organizações humanas.
ÉTICA E PROFISSÃO
Neste
capítulo é observada em tese, em seu sentido geral, a profissão, como exercício
habitual de uma tarefa, a serviço de outras pessoas, insere-se no complexo da sociedade como uma actividade específica.
Trazendo
tal prática benefícios recíprocos a quem a quem pratica e a quem recebe o fruto do trabalho, também
exigi, nessas relações, a preservação de uma conduta condizente com os princípios éticos
específicos.
O
grupo de profissionais que exercem o mesmo ofício termina por criar
as distintas classes profissionais e também a conduta pertinente.
Existem
aspectos claros de observação do
comportamento, nas diversas esferas em que ele se processa: perante o
conhecimento, perante o cliente, perante o colega, perante a classe, perante a
sociedade , perante a pátria, perante a própria humanidade como conceito
global.
A
consideração ética, sendo relativa, também hoje se analisa do ponto de
vista da necessidade de uma conduta de efeitos amplos, globais, mesmo diante de
povos que possuem tradições e costumes diferentes.
A
profissão, como prática habitual de um trabalho, oferece uma relação entre a
necessidade e utilidade, no âmbito humano, que exige uma conduta específica
para o sucesso de todas as partes envolvidas – quer sejam os indivíduos
directamente ligados ao trabalho, quer sejam os grupos, maiores ou menores,
onde tal relação se insere.
Quem
pratica a profissão dela se beneficia, assim como o utente dos serviços também
desfruta de tal utilidade. Isto não significa, entretanto, que tudo o que é
útil entre duas partes o seja para terceiros e para a sociedade. Um empresário
que precisa estar informado e orientado sobre seus negócios, em face do que vai
ocorrendo com seu capital, necessita de um profissional especializado em
contabilidade. Em reciprocidade, o diplomado em contabilidade necessita do
trabalho e de oportunidade que o empresário vai lhe oferecer. Estas são
relações directas entre quem presta o serviço e o que deste se beneficia.
Na
oportunidade oferecida, tem os contabilistas meios de mostrar todas as suas
capacidades e, em decorrência, construir seu conceito profissional. O conceito
profissional é a evidência, perante terceiros, das capacidades e virtudes de um
ser no exercício de um trabalho habitual de qualidade superior.
Não
se constrói um conceito pleno, todavia, sem que se pratique uma conduta também
qualificada. O valor profissional deve acompanhar-se de um valor ético para que
exista uma integral imagem de qualidade. Quando só existe a competência técnica e científica e não existe uma conduta virtuosa, a tendência é de que
o conceito, no campo do trabalho, possa abalar-se, notadamente em profissões que lidam com maiores riscos.
Um
advogado por exemplo, que defenda o réu
e sirva também ao autor, quebra um
princípio ético e se desmerece,
conceitualmente, como profissional.
No
exemplo que citamos, o advogado serviu, sendo útil a uma das partes, mas,
eticamente, praticou conduta condenável.
DEVERES PROFISSIONAIS
Neste
capítulo o autor aborda questões que tem haver como os deveres profissionais. Analisa
se aquilio que é da responsabilidade do profissional perante o seu trabalho. Sendo
o propósito do exercício profissional a
prestação de uma qualidade a terceiros, todas as qualidades pertinentes à
satisfação da necessidade, de quem requer a tarefa, possam a ser uma obrigação
perante o desempenho.
Logo,
um complexo de deveres envolve a vida
profissional, sob os ângulos da conduta a ser seguida para a execução de
um trabalho. Esses deveres impõem-se a passam a orientar a acção do
profissional perante seu utente, se grupo, seus colegas, a sociedade, o Estado
e especialmente perante sua própria conformação mental e espiritual.
Diferenciam-se,
pois, os valores nas tarefas e também a importância destas em face da conduta
humana observável perante a execução.
Tais diferenças, por si sós, já seriam suficientes para a consideração científica do estudo da
questão (SIMPSON, George. O homem na sociedade. Rio de Janeiro: Bloch, 1954.p.
115).
Escolhido
o trabalho, que desempenhará com
habitualidade o ser se compromete com
todo um agregado de deveres éticos, pertinentes e compatíveis com a escolha da tarefa a ser desempenhada.
Existem
aspectos de uma objectividade, volvida ao trabalho, que apresenta
particularidades próprias e também peculiares a cada especialização, ou seja,
há um complexo de valores pertinentes a cada profissão.
Para
o dever da execução das tarefas e das virtudes exigiveis a profissão eleva o nível
moral do individuo, por sua vez, também exige dele uma prática valorosa, como
escolha, pelas vias da virtude. O êxito tende a ser uma natural decorrência de
quem trabalha de modo eficaz, em plenitude ética.
Não bastam as competências científicas,
tecnológica e artísticas; é necessária também aquela relativa ás virtudes do
ser, aplicada ao relacionamento com
pessoas, com a classe, com o Estado, com a sociedade, com a prática. A consciência profissional necessita
de uma formação específica. Não pode ser
considerada eficaz uma tarefa realizada
apenas com pleno conhecimento material, sendo imprescindível que tudo se exerça
sob a actuação de todo um complexo de virtudes nas quais o zelo, a excelência do produto, é uma das mais
louvadas.
AMBIÊNCIA
E RELAÇÕES ESPECIAIS NO DESEMPENHO ÉTICO -PROFISSIONAL
Neste
capítulo o autor aborda os aspectos especiais de relações profissionais, que
conduta um profissional deve tomar perante o seu trabalho dia-a-dia. Ou seja
tenta falar de uma ética espacial, aquela que se cumpre dentro de um espaço de
actividades que pode ser empregado, particular ou publico; autônomo, individual
e colectivo; Sócio de uma empresa fechada e etc.
O
empregado, neste caso o profissional deve saber que ele tem um responsavel ao
qual subordina se e deve seguir regras relacionadas com a sua tarefa.
VIRTUDES BÁSICAS PROFISSIONAIS
Segundo o
autor do texto, existem virtudes, denominadas básicas, cujo impacto nas
práticas profissionais provocarão uma maior eficácia no seu exercício. Neste
sentido, a execução de forma ética dos princípios que regem o bom exercício de
uma profissão passará, portanto pela aplicação de princípios básicos e comuns a
qualquer profissão e serviços prestados. Neste sentido, o autor destaca quatros
pilares essenciais: zelo, honestidade, sigilo e competência. Não excluindo, por
sua vez, outras virtudes denominadas por complementares.
A
primeira virtude levantada pelo autor é o zelo. Segundo o texto, o zelo aqui
descrito parte de uma responsabilidade individual e tem inicio na relação do
profissional e seu objeto de trabalho. Nesse sentido, o profissional deve
utilizar todos os recursos e meios disponíveis para atender ao seu objeto.
Assim, é possível entender que, uma vez aceito, o profissional deve ir até o
final, caracterizando assim um pacto mediado a partir de um contrato
estabelecido entre ambas as partes, tendo como objeto exclusivamente o
cumprimento do trabalho assumido pelo profissional. Opiniões precipitadas, sem
levar em consideração as possíveis conseqüências também podem caracterizar uma
negligencia que no âmbito de uma relação e significa a falta de ética e zelo
profissional.
A
seguir, a honestidade apresenta-se como um elemento decisivo na relação
profissional, uma vez que traduz a confiança depositada por terceiros a alguém.
Portanto,segundo o autor, não há espaço para atitudes e comportamentos tidos
como “pseudos - honestos”., honestidade circunstancial, tampouco maior ou menor
grau de honestidade. Posturas onde a confiança não esteja num patamar explicito
poderá gerar entraves na relação profissional, e caracteriza por assim dizer, a
diminuição do alcance ético em tal relação.
O
sigilo profissional aparece por assim dizer como uma reserva essencial para que
o zelo e a honestidade encontrem no sigilo uma aliada essencial na manutenção
do vinculo profissional e objecto. A quebra do sigilo, revela uma grave
dificuldade de expressão de uma ética essencial em qualquer profissão, no que
se refere a profissional e seu objecto.
Por
fim, a virtude da competência resume de forma convincente a relação das
virtudes citadas anteriormente. A eficiência e a eficácia na realização de um
trabalho tem a ver com o exercício do conhecimento de forma adequada e
pertinente a um trabalho.
VIRTUDES COMPLEMENTARES
PROFISSIONAIS
Segundo
o autor defende que a orientação e assistencia ao cliente classifica se como
uma virtude. Não obstante os deveres de um profissional, os quais são
obrigatórios, devem ser levadas em conta as qualidades pessoais que também
concorrem para o enriquecimento de sua atuação profissional, algumas delas
facilitando o exercício da profissão.
Muitas
destas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando
neste caso o mérito do profissional que, no decorrer de sua actividade
profissional, consegue incorporá-las à sua personalidade, procurando
vivenciá-las ao lado dos deveres profissionais.
O senso
de responsabilidade é o elemento fundamental da empregabilidade. Sem
responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealdade, nem espírito de
iniciativa. Uma pessoa que se sinta responsável pelos resultados da equipe terá
maior probabilidade de agir de maneira mais favorável aos interesses da equipe
e de seus clientes, dentro e fora da organização. A consciência de que se
possui uma influência real constitui uma experiência pessoal muito importante
ÉTICA DA MENTIRA
Neste
capítulo, para o autor a
ética analisa a mentira como objecto de conhecimento, assim como a patologia
especula as anormalidades do corpo e o direito compreende os delitos.
A mentira tem seus aspectos qualitativos vinculados,
pois nem tudo que se propaga na mídia ou uma informação que nos é dada pode ser
considerada verdadeira, porém, isso não quer dizer que sejamos mentirosos,
apenas estaremos difundindo aquilo que nos fizeram crer, que nos foi ensinado.
Se nos forçam a crer que água é um explosivo, sem
explicar que os explosivos são apenas seus componentes, sob determinadas condições,
e, se divulgamos o que nos foi imposto como dogma, estaremos veiculando o que
nos fizeram crer; estaremos difundindo algo falso, em realidade, sem, contudo,
sermos mentirosos essencialmente.
As circunstâncias ou entornos
que motivam a mentira, finalmente, oferecem o conjunto das relações lógicas:
essenciais, dimensionais e ambientais, que motivam esse fenômeno a ser estudado
cientificamente no campo da Ética, justificando conceitos, axiomas, teoremas e
teorias.
Algumas
mentiras também podem ser consideradas válidas, mesmo que praticadas de maneira
consciente. Isso, para ele, acontece, quando, contada uma mentira a alguém essa
se materializa de forma virtuosa, ou seja, não tem a intenção e nem a
finalidade de prejudicar a pessoa a quem está sendo contada e tampouco
desencadear algum tipo de situação maléfica.
Essa
grande licção, verdadeira, plena de sabedoria, sugere que os ânimos sejam
detidos para que a razão prevaleça, ou seja, mostra que a “a inteligência
emocional” é uma importante arma em prol do sucesso, e, também, que algumas
mentiras podem ser válidas, ainda que conscientemente praticadas, quando os
efeitos das mesmas se materializam em uma finalidade virtuosa de qualificada
expressão