CORRENTES FUNDAMENTAIS DA ÉTICA





DADOS BIBLIOGRÁFICOS
Autor:  OLIVEIRA, Manfredo Araujo
Título Correntes fundamentais da ética contemporánia
Editora: Vozes
Lugar e data de edição: São Paulo, 1993

DADOS SOBRE A OBRA
1. Género: Enciclopédia;
2. Temas principais: Hans Jonas: O princípio de responsabilidade
                                   Ética de Coerência dialética

INTRODUÇÃO
Este trabalho visa resumir os capítulos 9 e 10 do livro “correntes fundamentais da ética” do autor Manfredo Oliveira.

HANS JONAS: O PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE
Este conceito de responsabilidade adquiriu, na actualidade, um significado e conteúdos distintos, erigindo-se, para Jonas, em princípio fundamentador de uma nova ordem ética. O Homem define-se pela responsabilidade que assume em prol das gerações futuras. Os problemas ecológicos, as consequências da biotecnologia e o relativismo de valores impõem uma resposta moral forte, dado que o ser está em perigo. Essa resposta terá necessariamente ancoragem no ser, reino da liberdade polarizada por um futuro que exige a responsabilidade do homem solidariamente comprometido com a biosfera. 
Como conciliar uma liberdade indómita frente a uma exigência crescente de responsabilidade face ao apelo do ser-valor em perigo? Jonas reformula o imperativo do ponto de vista da filosofia do Kante, enunciando um outro segundo filósofo, mais adequado à condição da humanidade actual: "age de tal forma que os efeitos da tua acção compatíveis com a permanência de uma vida autenticamente humana sobre a terra". A responsabilidade transforma-se numa obrigação que tem como paradigma a relação parental em que o cuidado é uma dádiva total, sem exigência de reciprocidade. Procura-se com o presente estudo analisar em que medida o "princípio responsabilidade" pode despoletar questionamentos inventivos no âmbito da Filosofia da Educação e como conciliá-lo com a liberdade, em prol de um desenvolvimento planetário sustentável. Para Jonas, é evidente não só a necessidade, mas também a urgência de tentar procurar novos princípios éticos que reconfigurem, por assim dizer, a relação do homem com a natureza. Porque dela poderá depender no futuro a sobrevivência da espécie humana como a conhecemos. É este o alcance e a gravidade que atingem o repto lançado por Jonas.


ÉTICA DE COERÊNCIA DIALÉTICA
Cirne Lima oferece uma definição insubstancial, formal, de Bem e de Mal na sua Ética da coerência dialéctica.
Qual é o critério que deve reger nossas decisões livres? Evidentemente aquele que é expresso pelo princípio da coerência universal. Bom é tudo aquilo que é coerente consigo mesmo, com o seu meio ambiente imediato - os outros homens -  e mediato - a natureza -  e, em última instância, com todo o universo.
Mau é aquilo que é incoerente em qualquer dos níveis citados. Tanto o bem como o mal se constituem através da coerência ou da incoerência, ambas entendidas em seu sentido pleno, que do individual vai para o universal, e deste retorna àquele, num movimento de vai-e-vem que caracteriza e constitui tanto o indivíduo em seu bom sentido como o universal concreto que é o universo. Mas, em casos do dia-a-dia, como saber se uma decisão é coerente em todos esses níveis? Aí é preciso, primeiro, conversar consigo mesmo, para ver se há coerência interna. Logo depois, conversar com os homens ao seu redor, de sua família e de  sociedade, para ver se sua decisão pode ser  por todos aceites sem prejudicar a outrem. A seguir, deve se ampliar essa conversa real, feita na roda do discurso do mundo real, de maneira que ela se transforme numa conversa na roda ideal do discurso, roda esta que abrange todos os homens, mais, todos os seres do universo. A decisão é boa se e quando ela pode ser inserida harmoniosamente na rede de relações que constituem o universo. A acção é eticamente boa se e enquanto ela possui, dentro de si, coerência universal. Má, se e quando não há coerência universal.
Vemos, de imediato, a semelhança entre a teoria proposta e a ética do discurso de Apel e Habermas. Certo, correctíssimo. Meu princípio de coerência, quando aplicado ao espírito, é uma formulação do imperativo categórico de Kant, do princípio U de Apel e Habermas. Só que minha proposta explica coisas que eles não conseguem explicar, como, por exemplo, as regras do bem-viver (dês guten Lebens), que eles confessam não poder fundamentar e que eu fundamento de maneira bem simples através da coerência consigo mesmo, pensada – é claro – como etapa que leva do eu individual ao eu que se sabe o universo. Apel e Habermas não conseguem fundamentar a eticidade só com os princípios D e U, e dizem expressamente que tem de haver no discurso Gründe, razões, que são decisivas. Isso não obstante, não introduzem um terceiro princípio, um princípio G (Gründe), sem o qual a ética do discurso não subsiste, por recair no formalismo vazio.

CONCLUSÃO
Dando uma conclusão geral deste livro, pode se dizer que o indivíduo é a peça chave para o alcance dos objectivos previamente traçados. Mas as políticas organizacionais tornam se ainda mais importantes pois são elas que vão criar diretrizes para a conduta deste colaborador na organização. O tipo de cultura, a política em que a mesma se insere deve ser tomado em conta e os gestores devem ter conciência que ninguém é perfeito mesmo eles que ocupam lugares similares daí que os problemas éticos são infalíveis de existirem. E ainda deixa claro que as organizações devem desenvolver códigos de condutas, assim poderiam mostrar o que é correcto para aquele ambiente de trabalho.

Postagem Anterior Próxima Postagem